O Pica Miolos
Nasceu fez um ano: uma folha com opiniões e notícias que nos foram chegando e tocando mais profunda ou especialmente, seguindo critérios necessariamente tendenciosos, como todos os critérios editoriais de todos os media que se dizem imparciais. O segundo chegou na Primavera, manteve o formato A7, que se desdobra até um A2. O Verão trouxe o terceiro, com cd em mp3 das bandas que tocaram na CasaViva. O Pica Miolos muda de forma e a forma como apresenta as notícias e opiniões. No Outono, sem cd, adopta o tamanho A6 que se desfolha e insiste na produção própria.
De novo a Primavera, mas sem grandes esperanças. Na procura dum mundo onde possamos estar abrigados e livres, anuncia-se o Espaço contra a Autoridade para 11 e 12 de Abril. As galinhas rebeldes forjaram aproximações e deram bicadas por toda a cidade, em especial no Bolhão, onde o Rio que tudo arrasta quer fazer um centro comercial. Até que, humanamente, o Porto não seja mais do que um baldio.
Sócrates traz-nos memórias de infância quando esconde as verdadeiras histórias e a estória verdadeira da ligação África-Europa. Acolhem-se ditadores e expulsam-se os descartáveis, estórias de fronteiras que se atravessam nos caminhos das pessoas.
Com um pé no País Basco e outro na realidade do arrendamento jovem em terras lusas, os ouvidos nos alertas ao sindicalismo actual e o nariz preparado para a próxima MGM, animando a alma em ritmos mais ou menos acertados de concertos vários, mantemo-nos a participar na revolução das mentalidades desta sociedade acrítica e bem comportada, demonstrando de que lado do activismo a CasaViva vive e resiste.
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