O PORQUÊ DO PICA MIOLOS

Mais do que um espaço, a CasaViva é um meio de provocação. Nunca foi um projecto meramente artístico
ou cultural. Muito menos uma ideia comercial ou pretensão de figurar no mapa da noite portuense.

A CasaViva é um esforço de cidadania, um espaço de activismo, com aspirações a anfetamina que combata a letargia
e a incapacidade de indignação. Para contrariar essa instituída forma de pensar, ser e conformadamente estar e viver.

Se o espaço é temporário, o projecto não quer ser efémero. Nasce, assim, o "Pica Miolos", folha de opiniões
numa resenha de notícias que nos foram chegando e tocando mais profunda ou especialmente.

Seguirá um critério necessariamente tendencioso, como todos os critérios editoriais
de todos os media que se dizem imparciais. Objectivo: picar miolos.

E assim participar na revolução das mentalidades desta sociedade acrítica
e bem comportada e demonstrar de que lado do activismo a CasaViva vive e resiste.

sábado, 8 de novembro de 2008

Marquês em festa

No sábado, dia 19 de Julho, decorreu uma festa de okupação do jardim do marquês - por dentro e por fora, uma vez que incluiu a Biblioteca Pedro Ivo, que desde há muito tempo está abandonada e a degradar-se, frustrando o direito dos cidadãos e moradores da zona a um espaço que lhes pertence e de que têm necessidade.


Conforme todos sabemos, avançamos por tempos difíceis. Os poderes centrais e autárquicos distanciam-se a passos largos das suas funções de organizadores da vida pública e dos dinheiros dos nossos impostos de forma a garantir direitos há muito adquiridos e que um a um vão sendo escamoteados.


Se direitos básicos, como o da saúde para todos, vão sendo liminarmente retirados, a educação, a cultura e o lazer são ainda mais objecto da aposta no lucro. Com o empobrecimento galopante da classe média, a propriedade privada vai-se concentrando nas mãos de cada vez menos e o poder político gere abusivamente a propriedade pública alienando-a para negócios privados de grupos económicos poderosos. Onde não há interesses económicos em jogo, mas simplesmente o direito dos cidadãos ao apoio estatal que traduza o retorno dos impostos, acumulam-se imóveis vazios, a degradar-se, as pessoas sem poder económico perdem o direito a viver em zonas históricas, a ter boas vistas, ruas limpas e seguras; crianças, idosos, deficientes e desempregados não têm onde nem como usufruir espaços gratuitos de lazer, onde se ocupem e convivam, de forma digna, saudavelmente lúdica e propiciadora do desenvolvimento e realização pessoal, da integração social, da felicidade, da qualidade de vida.


Considerando que o poder ocupa abusivamente, com o vazio e a degradação, espaços fechados ao público que deveriam estar abertos e a funcionar, e no intuito de alertar as pessoas para os direitos que lhes estão a ser negados, surgiu esta festa, cujo testemunho em vídeo se encontra em:

vids.myspace.com/index.cfm?fuseaction=vids.individual&VideoID=39494365

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